INCLUSÃO


Desde o início da história da educação a diversidade vem sendo algo de destaque, e ao longo dos séculos é objeto de estudo e atenção, e sempre se buscou uma “certa aceitação” dos considerados “anormais”, mas que no fundo era sempre buscado a perfeição, rejeitando o que fugia de certos padrões pré-estabelecidos pelos homens, privando assim a muitos de conseguirem uma cidadania plena por terem simplesmente necessidades especiais, ou terem outra raça, cor ou por não terem condições financeiras. 

A realidade de nossas escolas é dura e crua. Infelizmente ainda hoje muito se discute, mas a prática está muito distante para atender as necessidades de inclusão de nossas crianças, e garantir uma formação digna e inclusiva para todos. 

O Governo em constante campanha política diz: temos que incluir, não podemos deixar nenhuma criança fora da sala de aula, mas se esquece que a inclusão tem que ser bem mais abrangente do que simplesmente colocar a criança em uma sala de aula sem dar o suporte necessário para que o educador possa ajudá-la. 

Analisando as situações vivenciadas pelos educadores diante das necessidades dos alunos com necessidades especiais podemos concluir que os nossos educadores necessitam de apoio, tanto material, bem como de pessoas para ajudá-los a realmente permitir que eles sejam tratados de forma diferenciada que atenda suas necessidades para que o seus aprendizados sejam eficazes. 

A maioria dos educadores não se sentem preparados, ou não querem estar preparados diante das dificuldades encontradas em conciliar o ensino para os alunos “normais” e para os alunos “especiais”, pois o trabalho segundo eles é um trabalho muito exaustivo e com poucos ou nenhum resultado. 

Muitos têm medo e não sabem como os alunos especiais reagirão diante dos conteúdos, das exigências e obrigações, e preferem deixá-los de lado sem sequer oferecer materiais adequados para que eles possam desenvolver de acordo com suas capacidades diante dos conteúdos ministrados. 

Diante das necessidades de alguns alunos muitas das vezes a maioria dos educadores não conseguem captar como interagir de forma produtiva com eles e muitas das vezes sentem-se impossibilitados pela falta de reações desses alunos. 

Alguns dizem que já passaram por momentos difíceis de indisciplina e falta de atenção, e até mesmo falta de capacidade de assimilar os conteúdos ministrados mesmo de forma específica e direcionada para alunos especiais, e que muitos alunos com necessidades especiais são agressivos e não aceitam ou não compreendem repreensões. 

Observa-se também certo esgotamento de alguns educadores diante das necessidades especiais dos seus educandos, pois utilizaram-se de muitos esforços sem alcançarem nenhum êxito, e assim se sentem muito impotentes e desanimados diante da realidade, e devido a falta de apoio e suportes devidos caem em depressões e nem querem dar aulas, ou querem se ver livres desses alunos, como se fosse um fardo que não aguentam mais carregar. 

Infelizmente podemos perceber que o peso que os educadores têm que suportar é muito grande, pois os alunos com necessidades especiais não necessitam simplesmente de estarem em uma sala, eles necessitam de atenção e trabalhos específicos e direcionados para que possam desenvolver suas potencialidades. 

Os pré-conceitos e rótulos muitas das vezes impedem o desenvolvimento das crianças portadoras de necessidades especiais, e nós educadores não podemos de forma alguma impedir que um aluno descubra sua capacidade de aprender e desenvolver. Todos têm o direito de descobrir os seus potenciais, uns mais rápido outros nem tanto, mas como é gratificante poder colaborar para que todos consigam se desenvolver e de alguma forma participar da construção dos seus saberes. 

Os pré-conceitos precisam ser derrubados, e os educadores precisam promover a inclusão, não permitindo que seja de forma fictícia e sim ampla e eficaz, e assim o sucesso será alcançado, tanto do aluno como do educador. 

Programas específicos precisam ser criados e desenvolvidos para poder alcançar e atender aos alunos com necessidades especiais preparando-os para a sociedade em que estão inseridos. 

As capacitações específicas são necessárias para a preparação dos educadores para que possam interagir de forma mais abrangente e específica em cada caso, possibilitando uma interação mais coerente e benéfica tanto para o aluno com necessidade especial como para o educador. 

Os números de alunos em sala de aula hoje em dia são altos, mas nós educadores não podemos nos satisfazer simplesmente com números, e sim com o aprendizado de cada aluno. 

Para as pesquisas do Governo os números são ótimos, e muitas das vezes, com projetos para se fazer política não permite reprovações, sem se importar com o aprendizado dos alunos. 

As diferenças físicas, psicológicas, sociais e culturais não podem separar os homens, e muitos menos educadores e educandos, pois a coisa mais importante em ser educador e poder romper barreiras, vencer pré-conceitos e permitir a construção do saber independente de qualquer coisa. 

Todos têm o direito de ser diferente e dar ao outro o direito de sê-lo igualmente, por isso o respeito, a cooperação e a interação tem que ser uma busca constante. 

Em linhas gerais, cabe ao governo a elaboração de leis e projetos de lei que criem condições favoráveis à inclusão. 

Considerando o teor das medidas adotadas pelo governo em prol da inclusão, cabe ressaltar o avanço que tem sido feito, sobretudo nos últimos dez anos. Todavia, é possível dizer também que os incentivos e regulamentações criadas podem ter um caráter paliativo. 

À exceção das propostas de qualificação profissional e a implementação de programas de prevenção as demais são de caráter quase que exclusivamente assistencialista. Nesse sentido, embora elas contribuam para a melhoria da qualidade de vida dos indivíduos portadores de necessidades especiais, de fato, elas não vão ao encontro dos desafios do ideal de inclusão, mas apenas amenizam os efeitos nocivos da segregação. 


Comentários

  1. Alessandra, muito bom o texto! Como sabe, serei eternamente um soldado pela luta pela inclusão.
    Grande beijo.

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