Aprenda a usar a vírgula corretamente

Como eu uso a virgula? Parte 1:




Como eu uso a virgula? Parte 2:



Aprenda definitivamente a utilizar a vírgula:

A vírgula é um dos elementos que causam mais confusão na língua portuguesa. Pouca gente sabe ao certo onde deve e onde não deve usá-la. O motivo disso é bem simples: sempre nos ensinaram do jeito errado!
Por: prof. André Gazola do Português Fácil 
Você deve lembrar da sua professora falando coisas como “a vírgula é usada para indicar pausa”, “prestem atenção em como vocês falam, quando tiver pausa, usem vírgula”. Isso é besteira, pois cada um de nós fala de um jeito diferente, usa pausas diferentes e, basicamente, decide como quer falar.
Mas não podemos simplesmente decidir onde vai e onde não vai vírgula. Ela tem poder demais para ser arbitrária. Quer ver o poder da vírgula? Assista esse vídeo:
Viu como a vírgula é importante?
Pois bem, existem algumas regras para o uso da vírgula, e elas são baseadas na gramática. Deu medo, né? Calma, o meu objetivo aqui é mastigar a gramática pra que você não estrague seus dentes ;-)

1. Use a vírgula para separar elementos que você poderia listar

Veja esta frase:
João Maria Ricardo Pedro e Augusto foram almoçar.
Note que os nomes das pessoas poderiam ser separados em uma lista:
Foram almoçar:

Lista 1- Exercícios comentados – Uso de vírgula

EXERCÍCIOS RESOLVIDOS – VÍRGULA
a)- Possuía lavouras de trigo linho arroz e soja. (Possuía lavouras de trigo, linha, arroz e soja.)
A vírgula é obrigatória nesse caso, porque separa os termos coordenados, em negrito, da oração.
Outro exemplo:
Aos domingos, reuniam-se todos os filhos, genros, noras, netos e bisnetos para uma agradável confraternização familiar.
b) Entra logo meu filho porque está muito tarde. (Entra logo meu filho, porque está muito tarde)
Utiliza-se vírgula para separar a maioria das orações coordenadas sindéticas.
c)- Dom Pedro I imperador do Brasil nasceu em Portugal. (Dom Pedro I, imperador do Brasil, nasceu em Portugal.)
A necessidade da vírgula nesse caso, ocorre em função do aposto (termo explicativo).
Atenção para não confundir o aposto explicativo com o predicativo do sujeito isolado por vírgula como ocorre em:
“Andréia, meiga e atenciosa, recebeu o prêmio.”
d)- O aluno enlouquecido queria decorar todas as regras. (O aluno, enlouquecido, queria decorar todas as regras.)
Nesse caso, a vírgula justifica-se em função de “enlouquecido” ser predicativo do sujeito de “aluno” e não APOSTO.
e)- Em suma o concurso foi fraco e as vagas poucas. (Em suma, o concurso foi fraco, e as vagas, poucas.
Expressão explicativa, conclusiva, retificativa, enfática.
f)- O coitadinho era feio feio. (O coitadinho era feio, feio.)
Ocorrência de vírgula em função de palavras repetidas.
g)- Brasília 10 de março de 1996. (Brasília, 10 de março de 1996.)
Utiliza-se a vírgula nesse caso para separar, na data de um escrito, o nome do lugar.
h)- Ganhamos pouco; devemos portando economizar. (Ganhamos pouco; devemos, portanto, economizar.)
Conjunção deslocada. A ordem direta seria: “Ganhamos pouco; portanto…”.
i)- O dinheiro nós o trazíamos preso ao corpo. (O dinheiro, nós o trazíamos preso ao corpo).
A vírgula nesse caso justifica-se em função de haver termo anteposto (repetido pleonasticamente. Nesse caso, o termo pleonástico é o objeto direto “o dinheiro”, retomado pelo pronome “o”).
j)- Amanhã de manhã o Presidente viajará para a Bósnia. (Amanhã de manhã, o Presidente viajará para a Bósnia).
A necessidade de vírgula na oração acima deve-se ao fato de “Amanhã de manhã” ser adjunto adverbial deslocado”.
l)- Ele fez o mar e o céu e a terra e tudo quanto há neles. (Ele fez o mar, e o céu, e a terra, e tudo quanto há neles.)
O uso acima deve-se a presença de polissíndetos, ou seja, a repetição, no caso, da conjunção “e”.
OBS: Não se utiliza vírgula para separar oração sindética introduzida pela conjunção “e”. No entanto, no caso de sujeitos diferentes pode-se utilizar a vírgula:
O sol já ia fraco, e a tarde era amena.
Para evitar a ambiguidade, a vírgula é obrigatória:
 A vocação do Brasil é a produção de alimentos, e os setores do agronegócio estão organizados para produzir e preservar.
 No exemplo, a vírgula é necessária para deixar claro que “os setores do agronegócio” são o sujeito da segunda oração, e não predicativo do sujeito da primeira. Sem a vírgula, uma primeira leitura poderia ser “A vocação do Brasil é a produção de alimentos e os setores do agronegócio”.
 Abaixo, outro exemplo que preenche os dois requisitos para o uso obrigatório da vírgula:
 A eleição se dará simultaneamente às eleições para deputados federais, e os parlamentares do Mercosul terão mandato de quatro anos.
 m)- Casa de ferreiro espeto de pau. (Casa de ferreiroespeto de pau.)
Ideias paralelas dos provérbios.
n)- A mocinha olhou sorriu piscou os olhinhos e entrou. (A mocinha olhou, sorriu, piscou os olhinhos e entrou.)
Caso de oração coordenada assindética.
o)- A noite não acabava e a insônia a encompridou mais ainda. (A noite não acabava, e a insônia a encompridou mais ainda.)
Ocorrência de vírgula devido a presença de oração coordenada sindética aditiva com sujeitos diferentes.
OBS: esse uso não é obrigatório, no entanto.
OBS: Não se utiliza vírgula nos casos de orações coordenadas sindéticas introduzidas pela conjunção “e”, a não ser nos casos previstos nessa lista.
p)- O sinal estava fechado porém os carros não pararam. (O sinal estava fechado, porém os carros não pararam.)
Utiliza-se vírgula para separar orações coordenadas sindéticas.
Outras ocorrências:
Vá aonde quiser, porém fique morando conosco.
Vá aonde quiser, fique, porém, morando conosco. (Conjunção deslocada.)
q)- Quanto mais se agitava mais preso à rede ficava. (Quanto mais se agitava, mais preso à rede ficava).
É o caso de oração subordinada adverbial deslocada.
r)- A riqueza que é flor belíssima causa luto e tristeza. (A riqueza, que é flor belíssima, causa luto e tristeza).
Utiliza-se vírgula nas orações subordinadas adjetivas explicativas.
Veja outros exemplos:
Oração adjetiva restritiva (sem vírgulas)
As cadeiras que são azuis permanecerão. (Nesse caso, somente permanecerão as cadeiras azuis. É uma oração restritiva.
Oração adjetiva explicativa (com vírgula)
As cadeiras, que são azuis, permanecerão. (Nesse caso, permanecerão todas as cadeiras e elas são azuis).
s)- Venham gritavam as crianças ver nossos brinquedos. (Venham, gritavam as crianças, ver nossos brinquedos).
Oração interferente ou intercalada.
t)- Uns diziam que se matou; outros que fora para Goiás. (Uns diziam que se matou, outros, que fora para Goiás.
Há ocorrência de zeugma do termo verbo “diziam”.
 Fonte: https://andersonhander.wordpress.com/2014/03/27/lista-comentada-de-exercicios-uso-de-virgula/

Comentários