Seu olhar...


O sorriso dele fez morada em mim. Para nunca mais ir embora. Permanece aqui dentro, num canto infinito, onde eu possa alcança-lo sempre que eu fechar os meus olhos ou ouvir aquela canção que ela um dia me deu.
O corpo dele ainda está na palma das minhas mãos.
Onde o toque foi terno, as carícias foram indizíveis e o arrepio daquela pele se fez relevo enquanto vagarosamente eu percorria o seu estado mais íntimo.
Nudez transparente, límpida. Inundada de plenitude e desejos genuínos. Detalhes mágicos de um corpo quente, detalhes vivos de um amor experimentado por uma linda e exata excelência infinita.
Aqueles lábios, que docemente colocaram em mim os beijos mais sublimes, que me levaram além, muito mais além.
O cuidado, o barulho tranquilo daquela respiração, o calor daquela entrega que fazia com que o meu coração disparasse feito um relógio descompassado. Aqueles maravilhosos beijos. Lentos. Tocados na alma. Sentidos no íntimo mais íntimo de um coração entregue a amá-los.
Aquele olhar.
O que dizer sobre aquele olhar.
Meu Deus, como colocá-los em versos e/ou em frases soltas?
Viajei o mundo através deles. Atingi lugares na alma onde eu jamais imaginei colocar os meus pés. Me livrei dos meus medos. Fixei neles a minha vontade de vivê-los todos os dias. Verbalizei através deles cada sentimento que de mim transbordava em silêncio, ali, no ato. Me olharam como eu jamais fui vista. Me fitaram em aquarela. Se eternizaram em mim.
Não...
Não há fim...
Nunca. Nunca haverá!

Angélica Luizz 

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