Os paradigmas das gerações maduras



Eu me pergunto: o que é que está acontecendo neste nosso mundo? Como é que eu cheguei aqui e onde é que eu vou parar nos próximos 20, 30 ou 40 anos? Como um cara razoavelmente inteligente como eu não percebeu o que me aguardava?
Para onde foram aquelas previsões que fiz quando jovem, me imaginando “rico”, aposentado aos 50, com excelente seguro de vida pra família e um plano de saúde com quarto privativo, com um sítio ou casa na praia, filhos criados, netos ao redor e uma boa grana aplicada na poupança? Acho que muitos  cresceram também com essa forte impressão de que a velhice começaria aos 45/50 e que tudo aconteceria como planejado… Ops...
Como é que eu não vi este mundo se transformando tão rapidamente, assim, na minha cara? Mudou tudo; quase tudo, tá mudando todo dia, e vai mudar muito mais, e de maneira tão rápida que será preciso prestar sempre atenção em volta, tentando entender como as coisas estão sendo feitas e pensadas “hoje”.
O amanhã não será como imaginamos. Longe disso.
Velhas formas de fazer as coisas simplesmente não funcionam mais e certamente não vão funcionar no futuro. Está surgindo uma numerosa e crescente classe de “maduros não resolvidos”. Gente que simplesmente não pode parar, ou por necessidade financeira, ou por questões emocionais. Ninguém, em idade alguma, quer parar de se sentir vivo, útil, ouvido e considerado.
Empregos tradicionais já são “coisa rara” até para os jovens, quanto mais para os mais velhos. Empreender é uma saída para tantos, mas, como, se nosso país vem nos espremendo, sugando e maltratando há tanto tempo? Impostos, taxas, juros, propinas…. E os custos com saúde? Estão ficando insustentáveis. Milhares de pessoas perdem seus planos de saúde diariamente!! E a tendência é ficar ainda mais caro. Como faremos?? O SUS vai dar conta do recado?

Está surgindo uma numerosa e crescente classe de “maduros não resolvidos”. Gente que simplesmente não pode parar, ou por necessidade financeira, ou por questões emocionais. Ninguém, em idade alguma, quer parar de se sentir vivo, útil, ouvido e considerado.

Muitos falam em reinventar, se reinventar… Particularmente, acho que o mundo mudou tanto que agora a solução é inventar.  Mais fácil falar do que fazer… eu sei… Mas uma coisa é certa, temos uma grande capacidade de adaptação à situações inusitadas. Não foi só a idade que nos ensinou isso. O Brasil ajudou bem… Chegar até aqui já nos capacitou, com louvor, a andar na corda bamba. E, pelo jeito, isso não será muito diferente nos próximos anos…
Na realidade, quanto mais velhos parece que a gente quer é recomeçar, renovar, arriscar novos projetos e tentar realizar sonhos que não conseguimos antes em nossas vidas … ouch... pensar que já passamos tanta coisa… se falar pra alguém, vão te olhar como se fosse um  “monumento histórico”… mas, cá entre nós, que baita privilégio nos foi dado pela vida!
Temos muitos anos vividos, mas estamos em forma, experientes, vividos, maduros. Nossos cabelos brancos mostram os quilômetros rodados; as rugas, nossas marcas dos anos acumulados. Portanto, em teoria, temos as ferramentas pessoais para aproveitar a “nova longevidade” da forma que decidirmos agora.
Ainda podemos construir o nosso amanhã.
Velhos paradigmas, conceitos, preconceitos e as obsoletas maneiras de se enxergar os maduros precisam de um “Ctrl + Alt + DEL”. Esquece tudo. Restarta a máquina e começa de novo. É um novo mundo; alô…. acorda…estamos num novo mundo!

Muitos falam em reinventar, se reinventar… Particularmente, acho que o mundo mudou tanto que agora a solução é inventar.  Mais fácil falar do que fazer… eu sei… Mas uma coisa é certa, temos uma grande capacidade de adaptação à situações inusitadas. Não foi só a idade que nos ensinou isso. O Brasil ajudou bem… Chegar até aqui já nos capacitou, com louvor, a andar na corda bamba. E, pelo jeito, isso não será muito diferente nos próximos anos…

Enfim, se a maturidade nos traz imensos desafios, também nos proporciona  um mar de oportunidades. Se empregos tradicionais ficarão cada dia mais escassos, empreender se tornará necessário. Vender “tempo”, conhecimentos e experiência será a nova forma de ganhos pessoais para todos nós.
Precisamos descobrir como fazer isso. Precisamos inventar!
Por Ana Cláudia Vargas
Fonte: https://portalplena.com

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