Os alunos da Geração Z querem fazer parte do processo de aprendizagem


Geração Z, denominação para quem nasceu após a década de 1990, é a mais jovem das cinco gerações ativas economicamente. Nos Estados Unidos, estas pessoas representarão 40% da população em 2020. E mais do que tudo: atualmente, esta fatia é também majoritariamente a maior parte de novos alunos de ensino superior. É a geração que experimentou a maior mudança no mundo desde que nasceu, sendo que estas mudanças giram em torno da tecnologia.

Observa-se que estes jovens estão rompendo práticas do sistema de ensino que vêm perdurando há longas décadas, forçando as faculdades e as universidades a adaptarem-se a um ritmo mais acelerado.

Já a Geração Y (a partir de 1980), anterior à Z, foi diferente e precisou de algumas modificações para que o ensino médio fosse se adaptando às suas necessidades. Ela foi a primeira geração a vir para o campus com o laptop na mão. Ainda mais antiga, a Geração X (a partir de 1960) pode ter usado os desktops nos laboratórios de informática no campus. Após isso, a geração Y forçou os educadores a começarem a utilizar a tecnologia como uma ferramenta de ensino.

O fato é que a geração Z nasceu com a tecnologia. Eles nunca saberão como foi a vida sem a internet. Eles não veem a tecnologia como uma ferramenta, eles a enxergam como parte integrante da vida cotidiana. Enquanto a geração Y utilizava três telas em média, os alunos da geração Z usam com frequência até cinco telas. A maioria usa um smartphone, TV, computador portátil, desktop e um tablet.

Estes dispositivos ocupam dez horas de atividades diárias da geração Z.

A estimulação constante e o acesso à informação em todo o mundo na ponta dos dedos deram-lhes um tempo de atenção de oito segundos e treinou seus cérebros a esperarem gratificação instantânea. Sentar em um corredor ou em uma sala de aula ouvindo a uma palestra é uma tortura para estes jovens.
  
E os alunos desta geração querem uma chance de serem parte do processo de aprendizagem, e não apenas espectadores passivos. Esses alunos são muito mais pragmáticos e céticos do que os seus antepassados. Como seus pais e avós viveram tempos de graves crises econômicas, estes jovens sentem a pressão intensa de como seus pais fizeram tudo o que podiam para levá-los para a faculdade e ofertá-los oportunidades de terem uma boa educação. Devido à essa experiência, eles estão muito preocupados com o ingresso ao ensino superior e as dificuldades que isto implica, principalmente quanto ao retorno – que pode ser incerto – de seus investimentos.

Uma pesquisa sem fins lucrativos sobre a geração Z, realizada pela College Savings Foundation (Fundação de Economia para Faculdades), mostrou que 79% por cento dos participantes consideram os custos econômicos como fatores essenciais na hora de escolherem um curso superior.

Trinta e nove por cento dos alunos disse que os custos elevados fizeram com que eles mudassem suas escolhas e se matriculassem em escolas estaduais, faculdades comunitárias ou escolas técnicas/profissionalizantes. E o stress financeiro continua após a matrícula. O alto custo dos livros didáticos está impedindo alguns alunos de concluírem seus sonhos de graduações.

Já outra pesquisa, com mais de 22 mil universitários, descobriu que 49% deles relatou que fazem menos cursos por semestre, e 45% relataram que não se matricularam para um curso por causa do custo dos materiais didáticos. Sessenta e quatro por cento dos alunos optou por não comprar livros didáticos para o primeiro dia de aula, esperando algum tempo para adquirir todos os materiais necessários.

Felizmente, existe um movimento no qual professores e instituições estão mobilizados para, com o objetivo de economizar tempo e dinheiro, levar livros didáticos e materiais de curso para o ambiente digital.

Oferecer livros digitais também permite que os alunos recebam seus materiais de curso logo em seu início. Os professores podem começar a ensinar imediatamente, sem a preocupação de que metade de seus alunos não tenham os materiais necessários por não terem tido condições de pagar por eles. Além da redução de custos, os livros digitais são de fácil compreensão dos alunos da geração Z, porque eles podem acessar o material do curso dos mesmos dispositivos que eles já utilizam rotineiramente.
  
A geração Z quer transcender as experiências pessoais e utilizá-las em suas experiências educacionais, fora da exclusividade do ambiente de sala de aula, a qualquer hora e em qualquer lugar. Ao todo, 78% dos alunos preferem materiais digitais, pois eles oferecem os principais itens de interesse: economia de custo, conveniência e interatividade.

Ser capaz de digitalizar temas específicos, como gerar links de áudio e vídeo dentro do material utilizado, mantém esses oito segundos de atenção que estes jovens dedicam ao que veem, ouvem e leem. Os professores e as instituições também se beneficiam.  Os livros didáticos digitais fornecem dados sobre o quão engajados os alunos estão, em relação ao conteúdo. Este é um feedback inestimável, que pode ajudar os educadores a identificarem os alunos que estão tendo dificuldades e fazerem os ajustes necessários.

Quando os educadores se tornam autoconscientes, eles conseguem ignorar os estereótipos comuns das gerações Y e Z, abraçando seus pontos fortes, suas preferências e seus estilos de aprendizagem. Não é fácil, mas é um caminho inevitável. As tecnologias têm feito com que a geração Z veja mais alterações em alguns poucos anos do que gerações mais velhas vivenciaram por toda vida.

A mudança pode ser difícil, e pode ser boa, principalmente quando ela ajuda os alunos a crescerem, aprenderem e a tornarem-se adultos bem-sucedidos. Os educadores experientes podem fazer todo o possível para tornarem a aprendizagem divertida, interativa e atrativa para os alunos da geração Z. Utilizando materiais de curso digitais e outras tecnologias que possam fornecer esse tipo de experiência são passos na direção certa.


Fonte: http://www.entretantoeducacao.com.br

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