Planejar, organizar, dirigir e controlar

Você não precisa ser um guru da Administração para gerir bem o seu empreendimento, mas, uma coisa é certa; você vai precisar ouvir o que eles têm a dizer.

Por Luiz Gutemberg S. Dias Junior


Gosto muito da expressão no conceito que diz: Empreendedor é aquele que enxerga oportunidades onde ninguém as vê. Empreender tem sido ao longo dos últimos anos a melhor opção para muitos que além de desmotivados pelo mundo coorporativo buscam enfim por em prática tudo o que aprenderam quer seja na academia ou na prática da vida profissional. E tudo parte de um desejo, que perpassa pelas fases dos sonhos até chegar a uma vontade súbita e incontrolável de por tudo o que foi pensado em prática. É natural, e até benéfico em certo ponto, sair do âmbito do pensamento para a ação, mas, quando tratamos de negócios as bases históricas e a experiência são claras em comprovar que ainda se faz necessário passar pela etapa do papel, de escrever, por na “ponta do lápis” antes de partir para o “vamos ver”. 
Muitos empreendedores e futuros empresários que tenho acompanhado ainda pecam em não ver a sua concepção como uma empresa, um negócio que como qualquer outro precisa atender a algumas exigências legais e outras estruturais do próprio funcionamento prático da ideia. Alguns deles caturramente buscam com todos os argumentos pular etapas ou protelar determinados requisitos que fielmente serão como pedras no sapato num futuro muito próximo. A ansiedade em alguns momentos se torna a força motriz do processo e o amadorismo somado ao sentimentalismo provoca o resultado do qual ninguém quer partilhar: o insucesso. Faz parte da vida fracassar, todavia, este nunca foi e em nenhum tempo será o objetivo.
O que pode ser constatado é que em muitos casos são pequenos detalhes que trivialmente passam como despercebidos, mas como uma árvore, crescem a partir de pequenas sementes e posteriormente se tornam ramos frondosos. Não passa muito tempo e o detalhe do passado se torna o grande problema do presente e a derrocada no futuro, afinal, não se colhem uvas dos espinheiros nem figos dos abrolhos. Cada semente gera árvores segundo sua espécie e estas por sua vez dão seus frutos também de acordo à semente. O que falta muitas vezes é a escolha correta das sementes no ato do plantio, ou seja, no trato empresarial os caminhos e ações que resultarão no alcance dos objetivos organizacionais.
Algumas ações, muito simples até, podem ser o grande diferencial do resultado obtido. Podemos observar que grandes enrascadas no meio político, corporativo e até pessoal seriam evitadas se pequenas intervenções fossem adotadas. Por isso, o conselho é:
Planeje! Planejar não é apenas pensar em fazer algo, isso é uma ideia. A essência do planejamento perpassa pela execução de tarefas simples como definir quem, como, quando e quanto custa por a ideia em prática. Em um dos diversos entendimentos do planejar, destaco o que infere que quem planeja delibera de forma prévia, ou seja, toma decisões antes das situações acontecerem. Planejar é um ato simples, mas, requer um minucioso cuidado com os detalhes, é um esforço que vale muito a pena. Deixar de planejar é viver sempre apagando incêndios, resolvendo tudo em cima da hora, ou como vemos corriqueiramente, não tendo tempo para resolver.
Organize! Organizar é algo que nem todos tem o dom de fazer, mas, todos nascem com um senso mínimo de organização. Utilizo o termo dom, por que algumas pessoas parecem alcançar uma virtude magistral em organizar, tornam tal ação semelhante a obras de intrínseca inspiração artística. Além destes artistas, ter um mínimo de organização em qualquer atividade a ser desenvolvida conduz ao que denominamos ponto satisfatório de resultado. Organizar é determinar os pontos quem faz e quando faz, por isso, estruturar uma ordem para as ações a serem implementadas estipula, dentro de um processo, quais atribuições e responsabilidades cada elemento tem. Organizar é também dar forma ao conjunto das ações construindo um itinerário a ser percorrido levando em consideração o ponto de partida e o destino estipulado pelo planejamento.
Dirija! Dirigir é sem dúvida uma das tarefas mais meticulosas dentro de um processo, pois é exatamente a definição de como as atividades serão desenvolvidas. Dirigir é determinar a cadência, o ritmo, à velocidade em que será percorrido o caminho que leva ao alcance do objetivo estipulado. Dirigir é dar identidade ao processo, pois é o fazer acontecer, é a ação sendo de fato realizada. E por isso não se podem pular as etapas anteriores, pois, para agir se faz necessário saber quem faz e quando se dará tal ação.
Controle! Controlar é inspecionar, medir, avaliar, mensurar, é observar se todo o processo está de fato conduzindo ao sucesso. Sempre é necessário analisar, um processo que não é inspecionado tende a desenvolver defeitos que o tornarão completamente infrutífero, ou pior, gerará frutos completamente daníficos. O que é avaliado pode ser corrigido, tendo por base as premissas do que foi planejado, todavia, o que não é inspecionado tende a auferir um grau de soberba dada a sua autossuficiência de gerenciamento. Independente do processo quer seja físico, humano, mecânico ou sistêmico, todos adquirem vícios ao longo de suas repetições e são estes vícios que precisam ser prostrados ante as diretrizes do controle. Tudo que não é controlado tende a ruir.
Você não precisa ser um guru da Administração para gerir bem o seu empreendimento, mas, uma coisa é certa; você vai precisar ouvir o que eles têm a dizer. Os especialistas, teóricos ou não, depreendem bem as nuanças e fatores que interferem no seu negócio e atentar para o que eles inferem em seus discursos não é sinal de fraqueza ou seguir por ideais de outrem. É ouvir e aprender com quem sabe, é ter a humildade de reconhecer que não dominamos todos os âmbitos do conhecimento, compreendendo que sempre e em todo o tempo se faz necessário repensar no “modus operandi”. Reflexão, esse é o segredo para o bom êxito! Refletir sem nunca esquecer de que a soberba precede a queda.
Fonte: http://www.administradores.com.br

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